segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Ranking de Solidariedade - Brasil cai 37 posições

Hoje li um artigo na Folha de São Paulo, sobre uma pesquisa a respeito da solidariedade no Brasil e no mundo. 
Segundo este artigo, foi feita uma pesquisa pela Instituição Britânica sem fins lucrativos CAF (Charities Aid Foundation) e divulgada na semana passada. Esta pesquisa "World Giving Index 2013 - Uma visão global das tendências de doação", é considerada a mais abrangente do mundo no que diz respeito à solidariedade.

Segundo esta pesquisa, o Brasil cai 37 posições no Ranking dos países mais solidários. O país mais solidário do mundo são os Estados Unidos, isso já está na cultura deles. O Brasil está na 91ª posição e é o menos solidário dentre os países da América do Sul, estando empatado com a Venezuela (nestes 2 países somente 26% da população afirma que exerce algum tipo de solidariedade).

Foram abordadas 3 questões e a que mais caiu foi a ajuda a estranhos. Foi observado ainda, nesta pesquisa, que as mulheres são um pouco mais solidarias que os homens no Brasil (as mulheres aparecem com 28,7%, e os homens, com 27,8%.).

Os países que tendem a estar na ponta do ranking têm em comum o fato de serem de tradição anglo-saxônica : EUA (1º), Canadá (2º), Nova Zelândia (4º), Irlanda (5º).

O Brasil vem caindo de posições no ranking ao longo dos últimos 5 anos. E isso é preocupante. Fiquei um pouco chocada e triste com esta estatística. Nunca pensei que fôssemos os primeiros no ranking, mas ser um dos últimos, e cair ainda mais de um ano para o outro, me deixou envergonhada.

Mas é preciso entender o motivo por estarmos tão abaixo do razoável em relação a este assunto. Existe a questão cultural que em muitos países faz da solidariedade algo que já vem enraizado na vida das pessoas – todo mundo faz algum trabalho voluntário em um momento de suas vidas. Na nossa frente existem países como o Haiti, muito mais pobre e muito mais solidário. Ou seja, a questão econômica não tem muito a ver com o fato do país ser mais ou menos solidário.

Sabemos que no Brasil existe muita doação, mas elas tendem a ser dentro de uma comunidade, como em grupos religiosos e muito pouco em questões ambientais por exemplo. E mais, pessoas de baixa renda doam mais que os ricos, em proporção ao seu rendimento.

Um dos fatores seriam as leis e a falta de confiança nas ONG´s , segundo o CEO da Sitawi - Finanças do Bem, organização sem fins lucrativos que opera soluções financeiras inovadoras para impacto socioambiental,
A questão fiscal também é algo que ajuda a nos manter a um nível tão baixo neste ranking. No Brasil faltam incentivos fiscais para pessoas físicas. Os países mais solidários têm em sua história a presença de incentivos fiscais para ajudar.

O que me deixa com um pouco de esperança são os jovens, que segundo a pesquisa, representam 20,6% da população voluntaria no mundo. É uma geração que vem com uma cabeça de maior engajamento em causas sociais. E por este motivo, podem mudar a triste realidade das estatísticas brasileiras em  relação a solidariedade e fazer com que possamos subir neste ranking e quem sabe um dia, estar dentre os países mais solidários do mundo.

Você pode mudar esta realidade. A Cruz Vermelha está com as inscrições abertas para o processo de seleção de novos voluntários.
Envie um e-mail para voluntariado@cvbsp.org.br e aguarde as informações sobre o próximo processo de formação, que ocorrerá entre fevereiro e março de 2014!

Um grande abraço!
Veridiana Cordeiro


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