
Segundo este artigo, foi feita uma pesquisa pela Instituição Britânica sem fins lucrativos CAF (Charities Aid Foundation) e divulgada na semana passada. Esta pesquisa "World Giving Index 2013 - Uma visão global das tendências de doação", é considerada a mais abrangente do mundo no que diz respeito à solidariedade.
Segundo esta pesquisa, o Brasil cai 37 posições no Ranking dos países mais
solidários. O país mais solidário do mundo são os Estados Unidos, isso já está
na cultura deles. O Brasil está na 91ª posição e é o menos solidário dentre os
países da América do Sul, estando empatado com a Venezuela (nestes 2 países somente
26% da população afirma que exerce algum tipo de solidariedade).
Foram abordadas 3 questões e a que mais caiu foi a ajuda a estranhos. Foi observado ainda, nesta pesquisa, que as mulheres são um pouco mais solidarias que os homens no Brasil (as mulheres aparecem com 28,7%, e os homens, com 27,8%.).
Os países que tendem a estar na ponta do ranking têm em comum o fato de
serem de tradição anglo-saxônica : EUA (1º), Canadá (2º), Nova Zelândia (4º),
Irlanda (5º).
O Brasil vem caindo de posições no ranking ao longo dos
últimos 5 anos. E isso é preocupante. Fiquei um pouco chocada e triste com esta estatística. Nunca pensei que
fôssemos os primeiros no ranking, mas ser um dos últimos, e cair ainda mais de
um ano para o outro, me deixou envergonhada.
Mas é preciso entender o motivo por estarmos tão abaixo do razoável em
relação a este assunto. Existe a questão cultural que em muitos países faz da
solidariedade algo que já vem enraizado na vida das pessoas – todo mundo faz
algum trabalho voluntário em um momento de suas vidas. Na nossa frente existem
países como o Haiti, muito mais pobre e muito mais solidário. Ou seja, a
questão econômica não tem muito a ver com o fato do país ser mais ou menos
solidário.
Sabemos que no Brasil existe muita doação, mas elas tendem a ser dentro
de uma comunidade, como em grupos religiosos e muito pouco em questões
ambientais por exemplo. E mais, pessoas de baixa renda doam mais que os ricos,
em proporção ao seu rendimento.
Um dos fatores seriam as leis e a falta de confiança nas ONG´s
, segundo o CEO da Sitawi - Finanças do Bem, organização sem fins lucrativos
que opera soluções financeiras inovadoras para impacto socioambiental,
A questão fiscal também é algo que ajuda a nos manter a um
nível tão baixo neste ranking. No Brasil faltam incentivos fiscais para pessoas
físicas. Os países mais solidários têm em sua história a presença de incentivos
fiscais para ajudar.
O que me deixa com um pouco de esperança são os jovens, que
segundo a pesquisa, representam 20,6% da população voluntaria no mundo. É uma
geração que vem com uma cabeça de maior engajamento em causas sociais. E por
este motivo, podem mudar a triste realidade das estatísticas brasileiras em relação a solidariedade e fazer com que
possamos subir neste ranking e quem sabe um dia, estar dentre os países mais
solidários do mundo.
Você pode mudar esta realidade. A Cruz Vermelha está com as
inscrições abertas para o processo de seleção de novos voluntários.
Envie um e-mail para voluntariado@cvbsp.org.br e aguarde as
informações sobre o próximo processo de formação, que ocorrerá entre fevereiro
e março de 2014!
Um grande abraço!
Veridiana Cordeiro
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