terça-feira, 28 de abril de 2009

Tráfico de Mulheres e Crianças


A revista Cláudia do mês de abril escreveu um artigo muito interessante sobre o tráfico de mulheres e crianças no Brasil e no mundo. Para quem comprou a revista e se interessa pelo assunto, vale à pena ler a entrevista sobre esse universo pavoroso que é a exploração sexual.
O tráfico de mulheres e crianças do sexo feminino é a terceira maior fonte de renda ilegal do mundo e, infelizmente, o Brasil é o maior exportador das Américas. E o tráfico só existe porque há uma grande demanda machista.
Ainda neste mês apareceu em um programa de tv, uma matéria falando sobre o mesmo assunto.
Encontrei nas duas matérias a mesma triste notícia, ou seja, o tráfico atinge principalmente adolescentes, as quais vivem em cidades do interior e são levadas para as grandes cidades. As mulheres maiores de 18 anos, com baixa escolaridade, sendo muitas delas mães solteiras, são levadas para o exterior. Elas recebem roupa bonita, documentos e, se estão indo para o exterior, uma boa quantia em dinheiro para passar pela alfândega. Tarde demais, elas já foram aliciadas. Quando chegam ao local de destino, alguém já as esperam no aeroporto e tira delas o passaporte e o dinheiro, fazendo com que comecem a se prostituir. As principais regiões de origem são Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país.
A maioria é enganada com a promessa de se tornar dançarina, babá, recepcionista ou cuidar de idosos. E nenhuma delas imagina que passarão a viver em situação de escravidão. Estas mulheres aliciadas, deixam o país com uma dívida de passagem, roupa e documentação. Calcula-se que a dívida da mullher ao sair do Brasil para Madri ou Lisboa equivale a 4,5 mil relações sexuais, as quais dificilmente conseguirão pagar em um curto prazo. Quando envelhecem, são revendidas como se fossem objetos, e assim sucessivamente, até morrerem de Aids, ficarem loucas ou se matarem.
A mulher que passa por este trauma precisa de ajuda para se reestruturar e não voltar mais ao tráfico.
A única saída para estas mulheres é a solidariedade da sociedade bem como as ações do governo. Trata-se de um crime organizado e para combatê-lo é necessário o envolvimento dos governos e a formação de redes nacionais e internacionais. A sociedade pode atuar na prevenção, para que estas pessoas fiquem menos vulneráveis ao apelo de ganhar muito dinheiro lá fora. As ONGs contribuem com assistência jurídica, social e psicológica para que estas mulheres possam refazer suas vidas. E a criminalização deve ser combatida pela polícia e pelo Estado.
Nós também podemos fazer a nossa parte, denunciando esta prática e participando de uma das diversas Ong´s que trabalham contra o tráfico de humanos ao redor do mundo.

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