Você já ouviu falar na Teoria das
Janelas Partidas? Eu tive conhecimento desta teoria através de um email. Achei
a idéia fantástica.
Esta teoria foi baseada em uma experiência
feita nos EUA, mais precisamente no Bronx e em Palo Alto, dois bairros opostos
em termos financeiros e sociais. Enquanto o Bronx é um bairro de Nova York , pobre
e violento, Palo Alto é um bairro da Califórnia, rico e tranquilo. Nesta
experiência foram colocadas 2 viaturas idênticas, uma em cada um destes 2 bairros
– como se estivessem sido abandonadas.
Podemos até imaginar o que
aconteceu com uma das viaturas, certo? Sim, a viatura colocada no Bronx começou
a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, espelhos, motor e tudo que
pudesse ser levado. Aquilo que não puderam levar, destruíram. Enquanto isso, a
viatura de Palo Alto manteve-se intacta. Isso já era de se esperar...
O curioso desta experiência foi
que, os pesquisadores decidiram quebrar um dos vidros da viatura de Palo Alto.
E o resultado foi que se desencadeou o mesmo processo da viatura do Bronx, ou
seja, tudo que pôde ser roubado foi levado e o resto destruído. Por que isso
aconteceu?
Após esta experiência, os
pesquisadores descobriram que o que motiva um ato de vandalismo, não tem a ver
com a pobreza e sim com a psicologia humana e com as relações sociais. Um vidro
partido em uma viatura, transmite uma idéia de deterioração, desinteresse,
despreocupação. Faz quebrar os códigos da convivência, como ausência de lei,
normas e regras. O que acaba induzindo ao vale-tudo. E conforme a viatura ia
sendo vandalizada, a situação se tornava cada vez mais violenta e
incontrolável.
O que diz então esta Teoria das
Janelas Partidas? Qual foi a conclusão?
O delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato
são maiores. Se se quebra um vidro de uma janela em uma casa e ninguém conserta,
você pode observar que muito rapidamente as outras janelas estarão com os
vidros quebrados. Em uma comunidade, se isso acontece sempre, será ali um lugar
onde irá ocorrer estes delitos com maior frequência. Veja o exemplo do nosso
metrô em SP. Sempre limpo – ninguém tem coragem de jogar papel ou qualquer outra
coisa no chão. Isso porque sempre tem alguém limpando, e nunca se vê sujeira no
chão, tanto dentro dos vagões quanto fora.
Agora vamos estender isso para
outras áreas. Se se cometem pequenas faltas (como por exemplo, estacionar em
lugar proibido, estacionar em vagas destinadas a idosos ou cadeirantes, atravessar
o sinal vermelho, etc...), e as mesmas não são sancionadas, então começam as
faltas maiores e delitos cada vez mais graves.
Se se permitem atitudes violentas
como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento
será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.
Se as praças, parques e lugares
públicos são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas, estes
mesmos espaços serão ocupados por delinquentes.
Baseado nesta teoria, em 1994 Rudolph Giuliani, então prefeito de Nova York ,
impulsionou a famosa política de “Tolerância Zero”. A estratégia era criar
comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões às leis e às
normas de convivência urbana. E o resultado foi uma enorme redução de todos os índices
criminais da cidade de Nova York.
Podemos refletir sobre esta ideia e
entender porque no Brasil vemos tanta corrupção, amoralidade, criminalidade,
vandalismo, etc... Porque não existe punição. Se nós brasileiros não nos
importamos com o que acontece ao nosso redor, com pequenos atos de moralidade
duvidosa, se não respeitamos os idosos e cadeirantes, ao estacionarmos nas
vagas destinadas a eles nos shoppings centers, como conseguiremos lidar com
problemas muito maiores e mais sérios que nosso país enfrenta?
Se queremos um país mais justo,
livre da corrupção e da criminalidade, precisamos começar isso em casa, mostrando
a nossos filhos atitudes éticas e respeito ao próximo.
Pense nisso.
Abs,
Veridiana Cordeiro
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