domingo, 20 de outubro de 2013

Teoria das Janelas Partidas

Você já ouviu falar na Teoria das Janelas Partidas? Eu tive conhecimento desta teoria através de um email. Achei a idéia fantástica.

 Esta teoria foi baseada em uma experiência feita nos EUA, mais precisamente no Bronx e em Palo Alto, dois bairros opostos em termos financeiros e sociais. Enquanto o Bronx é um bairro de Nova York , pobre e violento, Palo Alto é um bairro da Califórnia, rico e tranquilo. Nesta experiência foram colocadas 2 viaturas idênticas, uma em cada um destes 2 bairros – como se estivessem sido abandonadas.

Podemos até imaginar o que aconteceu com uma das viaturas, certo? Sim, a viatura colocada no Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, espelhos, motor e tudo que pudesse ser levado. Aquilo que não puderam levar, destruíram. Enquanto isso, a viatura de Palo Alto manteve-se intacta. Isso já era de se esperar...

O curioso desta experiência foi que, os pesquisadores decidiram quebrar um dos vidros da viatura de Palo Alto. E o resultado foi que se desencadeou o mesmo processo da viatura do Bronx, ou seja, tudo que pôde ser roubado foi levado e o resto destruído. Por que isso aconteceu?

Após esta experiência, os pesquisadores descobriram que o que motiva um ato de vandalismo, não tem a ver com a pobreza e sim com a psicologia humana e com as relações sociais. Um vidro partido em uma viatura, transmite uma idéia de deterioração, desinteresse, despreocupação. Faz quebrar os códigos da convivência, como ausência de lei, normas e regras. O que acaba induzindo ao vale-tudo. E conforme a viatura ia sendo vandalizada, a situação se tornava cada vez mais violenta e incontrolável.

O que diz então esta Teoria das Janelas Partidas? Qual foi a conclusão?

O delito é maior nas zonas onde o  descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores. Se se quebra um vidro de uma janela em uma casa e ninguém conserta, você pode observar que muito rapidamente as outras janelas estarão com os vidros quebrados. Em uma comunidade, se isso acontece sempre, será ali um lugar onde irá ocorrer estes delitos com maior frequência. Veja o exemplo do nosso metrô em SP. Sempre limpo – ninguém tem coragem de jogar papel ou qualquer outra coisa no chão. Isso porque sempre tem alguém limpando, e nunca se vê sujeira no chão, tanto dentro dos vagões quanto fora.

Agora vamos estender isso para outras áreas. Se se cometem pequenas faltas (como por exemplo, estacionar em lugar proibido, estacionar em vagas destinadas a idosos ou cadeirantes, atravessar o sinal vermelho, etc...), e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e delitos cada vez mais graves.
Se se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.
Se as praças, parques e lugares públicos são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas, estes mesmos espaços serão ocupados por delinquentes.

Baseado nesta teoria, em 1994  Rudolph Giuliani, então prefeito de Nova York , impulsionou a famosa política de “Tolerância Zero”. A estratégia era criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões às leis e às normas de convivência urbana. E o resultado foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York.

Podemos refletir sobre esta ideia e entender porque no Brasil vemos tanta corrupção, amoralidade, criminalidade, vandalismo, etc... Porque não existe punição. Se nós brasileiros não nos importamos com o que acontece ao nosso redor, com pequenos atos de moralidade duvidosa, se não respeitamos os idosos e cadeirantes, ao estacionarmos nas vagas destinadas a eles nos shoppings centers, como conseguiremos lidar com problemas muito maiores e mais sérios que nosso país enfrenta?

Se queremos um país mais justo, livre da corrupção e da criminalidade, precisamos começar isso em casa, mostrando a nossos filhos atitudes éticas e respeito ao próximo.

Pense nisso.

Abs,

Veridiana Cordeiro



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